quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O cigarro eletrônico e o garoto Marlboro


A ONU quer proibir a venda de cigarros elétricos para menores de idade. Óbvio que trazer os aspectos do cigarro, mesmo sem a nicotina, desde a infância deixa uma marquinha no cérebro com um carimbo de quero mais.
Apesar da luta certeira, essa é mais uma maquiagem midiática para tirar o foco do que realmente ferra quando se diz respeito a cigarro e bebida: a publicidade por traz do muro.
Uso esse termo para designar os métodos sujos e sorrateiros que, principalmente, a indústria do cigarro utiliza para conseguir novos adeptos. A batalha entre cigarro e publicidade vem desde o fim dos anos 90.  O primeiro baque para os vendedores de tabaco foi a proibição da publicidade em eventos de massa, como a formula1.
A Marlboro sentiu a saída dos cockpits por alguns motivos. A corrida era um meio de atrair os jovens para o cigarro pela ligação clara entre velocidade, mulheres e poder. Além, é claro, do poder midiático que representavam, naquela época, pilotos como Ayrton Senna e Alan Proust.
Outro motivo é o aspecto de vivacidade que tem, nas entrelinhas, qualquer esporte com ibope global. A publicidade de qualquer coisa, seja em um jogo de gamão ou um torneio de badminton na Etiópia, traz para o publico um ar de vivacidade. Esse foi o baque maior. A partir daí, cigarro e esporte não andariam mais de mãos dadas pelo lucro.
Depois da Formula 1, as proibições foram aumentando gradativamente até chegar aos tempos atuais. Nesse caso, o ditado, ‘’ O proibido é mais gostoso’’ não poderia estar melhor encaixado.
Hoje, a indústria tabagista tem que se virar para fazer anúncios. As táticas começaram a ficar cada vez mais sórdidas e difíceis de compreender. Por exemplo : Você já imaginou porque toda loja de conveniência tem o cigarro na parte de cima, com os doces em baixo ?
Simples, a criança tem psicologicamente, a intuição de admirar o que vem de cima. Então, com o doce em baixo, seu cérebro automaticamente julga que o objeto de cima, onde só os adultos metem o bedelho, é muito saboroso. Isso é colocado como um chip na memória do pequeno que o ativa, sem intenção, quando tem a oportunidade do primeiro trago.
Resumindo, evitar o consumo de cigarro eletrônico não é o bastante. Os meandros da publicidade da nicotina também têm de ser vigiados.

O problema maior é: Será que eles querem vigiar esses meandros?

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