Em 1920, o
governo americano declarou guerra ao álcool.
Cortaram toda a produção, fecharam estabelecimentos e proibiram o
consumo para todos os cidadãos. As penas
eram similares às dadas aos traficantes de drogas pesadas nos dias de hoje.
O projeto não
deu certo. Com o tempo, traficantes começaram a fabricar bebidas de má
qualidade. O mais famoso destes, Al Capone, ficou conhecido por dar bailes no
governo americano. Poucos sabem que sua principal fonte de renda era o tráfico
de bebidas.
Não precisa ser
dito que a iniciativa governamental fracassou. Pouco tempo depois, a bebida
voltou a ser legalizada com o saldo negativo sendo o aumento descomunal do
número de usuários de bebida.
50 anos depois,
no governo Nixon, a guerra mudou de substâncias, seguindo o mesmo caminho. Foi anunciado
um combate ostensivo às drogas, com usuários e traficantes tendo penas
equivalentes. O consumo e distribuição viraram caso de polícia, aumentando, em
várias épocas diferentes, a violência em regiões pobres do país.
Quarenta anos
depois, o Tio Sam parece ter, finalmente, acordado. Recentemente, vários
estados liberaram o uso de maconha, além de descriminalizar o uso de drogas.
Quer dizer,
agora o usuário de drogas é tratado como doente, e não criminoso. Descriminalizar
é diferente de legalizar. No primeiro, você traz o dependente para mais perto
do governo, dando oportunidade para o mesmo reabilitá-lo. Já a legalização, é
nada mais que deixar “o bicho pegar”, liberando a substância para o uso sem
fiscalização.
Muitos devem
estar pensando: Como um moleque que usou drogas e quer ajudar no combate ao
uso, está comemorando a legalização da maconha?
Para responder,
me atento a um dado comparativo entre o Brasil e a Holanda, país conhecido
mundialmente pela legalização da Canabbis. Em nosso país, onde o consumo é
proibido, o índice de usuários é de 3% da população. Já nos países baixos, o
número aumenta para 5%.
O país continua
tendo problemas com o tráfico, plantações ilegais e o mercado negro. A vantagem
é que o contato entre jovens e traficantes diminuiu muito. Agora, o jovem
compra a maconha em um local onde só oferecem a planta, sem ter pessoas
incentivando o uso de substâncias mais fortes como a cocaína e a heroína.
Outro ponto da
descriminalização é o aspecto da saúde do usuário. Em Portugal, onde o
consumidor não é considerado criminoso, o consumo de substâncias diminuiu
drasticamente. Além disso, houve aumento no número de usuários pedindo apoio
para o estado. Sem o medo da prisão, fica mais fácil trazer o cidadão para
perto do tratamento.
A frase é
simples: “Doença não é crime”.
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