Este Blog foi criado para trazer a consciência da sua Essência Divina para todos os jovens que precisam de uma "ponte" para criar seu próprio renascimento.
Os "Guerreiros da Nova Era" são aqueles que se perderam; foram até o abismo e se reconheceram como sendo um grande VENCEDOR, despertando sua ALMA, pois desafiaram suas sombras.
Violeta Mafra e Thiago Oliveira
Percebi que fatores positivos auxiliam na vida de um
ex-dependente químico. Explicarei a frase óbvia acima com dois fatores
cotidianos:
A três semanas comprei ingressos para o show de estréia
da Banda do Mar- conjunto novo do Marcelo Camelo- e já expliquei, nesse mesmo
blog, o quão feliz fiquei por trocar a cerveja pela música. Antes eu nunca
compraria esse ingresso pelo simples motivo que na balança a cerveja pesava
mais do que um bom show de música. Estou ansioso pelo espetáculo e me
orgulhando da escolha que fiz.
Hoje, 9 de outubro, consegui outro prêmio por ter deixado
para traz o uso de outra substância: a nicotina. Comecei a correr há, mais ou
menos, dois meses. Recebi estímulos com uma pulga atrás da orelha. Aquele ‘’
Você consegue’’ com o sorriso no canto da boca pensando: ‘’ Daqui há uma semana
ele para, com certeza’’. Se duvidar alguns devem ter feito apostas para ver
quando eu iria desistir.
Pelo jeito vai ganhar a grana quem calculou mais que dois
meses,pois, pela primeira vez, corri 5 km seguidos sem pausa. Uma prova de que
o meu pulmão está se recuperando e mais, uma prova de que a endorfina liberada
pela corrida é melhor que qualquer droga.
Escreverei um texto sobre as ‘’ lições’’ que a corrida
vem me dando, mas,uma das mais importantes é que a auto-superação que esse
esporte traz é melhor que qualquer remédio. Tentarei destrinchar o mundo de um
corredor novato mais pra frente. Espero um dia,
quem sabe, escrever um livro sobre como cheguei na minha primeira
maratona:
A primeira assembleia do condomínio a gente nunca esquece. É um lugar
onde ninguém quer permanecer, ao mesmo tempo em que todos querem dar sua
opinião nas pautas ‘’essenciais’’. As aspas vêm porque os assuntos que geram
balburdia e bafafá são, por incrível que pareça, os mais hipócritas e
mesquinhos possíveis.
Como era estreante, resolvi sentar no fundo para acompanhar a coisa de
longe. Várias pautas bestas sendo aprovadas como: padrão da cor da lâmpada nos
corredores, tempo de conversa com o porteiro na entrada, dentre outras menos ou
mais inúteis.
Até que enfim, um tema que deixou todos atônitos. Não! Não me refiro ao
barulho de uma festa no outro quarteirão, falta de policiamento na porta ou a
situação dos moradores de rua que vivem a deriva pelo bairro. O assunto que
mexeu as estruturas da classe média mais hipócrita desse país foi – rufem os
tambores! - a VARANDA!
O que deixava os moradores mais preocupados eram as varandas. De novo, o
problema não é vazamento, vizinho jogando coisa no outro ou assuntos do gênero.
O embate era puro e simplesmente estético. Mais especificamente da proibição de
colocar varais na sacada por causa do quão feio o prédio ficaria.
Para acabar com minha paciência e fechar com chave de ouro a epopéia
desastrosa da classe média combativa pelo design paulistano veio a fala
brilhante da sindica: ’’Afinal, nos não somos o Singapura’’.
Todos urravam e batiam palmas como se aquela fosse a declaração de um
político em seus melhores tempos. Eu
fiquei com vergonha por compartilhar um ambiente daqueles.
Daí vem a pergunta: Você não ficou feliz por ser uma decisão
democrática? Não fica parecendo o Singapura mesmo?
Em primeiro lugar, respondo o segundo tópico com outra pergunta: Que
problema tem parecer o Singapura? Não sei vocês, mas eu acho genial aquele
monte de varais, conflitando com toalhas e peças de roupas de todos os
moradores. Aquilo traz um ar próprio para cada pedacinho do prédio,
demonstrando uma harmonização onde cada um respeita o que o outro é. Lindas
camisas do São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos, se contrastando em
apartamentos vizinhos. Viva a diferença!
Fico muito feliz pela decisão democrática. O que me deixa triste é ver
que em um estado que se diz o mais rico, culto e próspero do país, tenha de
conviver com cabeças tão minúsculas que se preocupam mais com a aparência dos apartamentos
na visão dos outros do que na deles própria. Para eles, compensa mais ter uma
sacada cheia de flores com placas mostrando que aquele é um lar feliz do que
aquele lar ser, nas suas entranhas, realmente feliz.
No momento, eu prefiro colocar um cacto do lado de fora e rosas do lado
de dentro.
É fácil dizer para alguém que ‘não usando tal coisa
você vai ganhar isso, aquilo ou aquilo outro’’. Ou, que sem determinada
substância, sua vida será melhor e que você vai sentir isso exatamente
como aquele sujeito profetiza.
Nada disso adianta muito, principalmente, quando
falamos de usuários novos, como este que redigi estas linhas, pois, a pessoa
muitas vezes tem que tomar a porrada para sentir a dor ou receber um prêmio
próprio para ver as benfeitorias daquela ação em sua vida.
Essa semana recebi um belo impacto positivo por
parar de beber e ingerir drogas. Chegou em casa o ingresso para o show da Banda
do Mar, conjunto do ex-vocalista do Los Hermanos, Marcelo Camelo.
Depois da hesitação por receber o ‘prêmio’’,
coloquei na balança algumas coisas. Lembrei que, quando eu bebia,
invariavelmente era atraído por um desses shows. Só que no balanço financeiro
entre comprar um ingresso e beber no final de semana, acabava optando pelo
maldito álcool.
Quer dizer, tive meu primeiro prêmio próprio. Foi a
primeira vez que não beber afetou positivamente em algo importante para um
jovem de 25 anos. Muitos podem achar que não é tão importante assim. Por isso,
se tiver com alguém como eu em casa, e quiser ajudá-lo de verdade, pense
primeiro no que é importante para o sujeito e não o que você pensa que é
importante para ele. Para cada um, o mesmo ouro pode virar uma joia bem
diferente.
Mariana está sempre na mesa da sala
naquela hora. Espera ansiosa pela hora do jantar. O problema é que um sempre
briga com o outro nessa hora. Tem aquela pessoa que chega sempre atrasada,
estressada e sem ânimo para conversar com ninguém.
Mariana adorava quando essa
pessoa tinha tempo para falar sobre a escola, das coleguinhas, jogar banco
imobiliário ou quando passavam noites inteiras pintando um quadro. A pessoa falava que estava lutando por um
futuro melhor para ela e que quando fosse grandinha iria agradecê-la. Mariana
entendia, mas, bem lá no fundo, só queria brincar com aquela pessoa.
A outra pessoa sempre estava
arrumando algo. Depois que teve aulas de matemática no colégio, Mariana contou
que ela organizava os quartos dez vezes durante cinco dias. Quando não estava
arrumando a casa, ela se preocupava com contas a pagar, parentes e projetos
futuros. Sempre exaltava o que iria fazer e não o que vai fazer.
A menina continuava na mesa,
esperando o grande momento que chegou logo. Primeiro, colocaram
a panela com o macarrão alho e óleo que só a pessoa que amava arrumar a casa
sabia fazer. Em seguida, veio a salada que não
gerou tanto apreço da garotinha. Por último, de surpresa, apareceu uma taça de
sorvete de flocos gigante com uma cereja em cima. Fizeram Ma, como era chamada
pelas pessoas, prometer que só iria tomar se comesse toda a salada.. Ela, que
não é boba, consentiu com seu sorriso charmoso e o sinal de positivo com a
cabeça.
Antes de comer, todos
fizeram uma oração, já que seguiam preceitos
evangélicos firmes naquele lar.
Comeram o delicioso jantar
com muito amor e volúpia, pois o macarrão estava divino. Se lambuzaram com o
sorvete como se aquele fosse o último pedaço de flocos do planeta terra.
Depois da farra
gastronômica, brincaram um pouco de boneca e Mariana, exausta, resolveu ir
dormir com um sorriso largo, que criança só
mostra quando está realmente feliz. Morrendo de sono, beijou Carla e Joana que
se abraçavam e seacariciavam apaixonadas no sofá. Primeiro, beijou a ‘mãe 1’ pedindo benção e depois a’ mamãe 2’
fazendo o mesmo procedimento.
Mariana se gabava por ser a
única menina do colégio que dormia na cama das ‘mães’ e não dos ’pais’. Tinha
duas mulheres para
explicar as coisas, falar dos meninos e fazer carinho nela. Ela amava dormir
entre as duas como se fosse um hambúrguer no meio do pão.
Era uma tarde qualquer na casa em que morávamos. Um beco simples,
arrumado e aconchegante a uma hora da metrópole com nome de santo e jeito
endiabrado. Meu pai trabalhava nos fundos da casa. Consertava móveis e fazia
pinturas chiques nos mesmos. Eu ficava
girando a casa a 100 por hora desafiando todos com minha ansiedade.
O momento no qual eu me sentia mais importante era a hora do café. Não
na hora de tomar café da manhã. Era na hora que meu pai gritava para eu pegar
um copo de café puro para ele. Eu me sentia útil, apesar do jeito áspero com
que ele pronunciava as palavras. Acho que peguei tanto café para ele que acabei
pegando nojo do tal líquido preto. Nunca tomei e nem tenho vontade de
experimentar.
Como ele fazia o pedido várias vezes ao dia, eu ficava com o rádio
ligado perto do local onde ele trabalhava. Ouvia pagode (sim, tenho essa mancha
no currículo!), pop e, graças a Deus, alguma coisa de rock.
Ganhei um cd do Paralamas do Sucesso nesses eventos familiares. Era
daqueles que tem todos os sucessos. Alguém da família percebeu o suicídio
sonoro que ouvir netinho estava ocasionando naquela pobre criança e resolveu
tomar uma sábia atitude.
Comecei a ficar fissurado pelo cd. Em ‘Busca Vida’, eu ficava voltando o
cd na parte do ‘Pá, pá, pá’. Comecei a entender o que era boa música. Achava
que aquela era música de gente grande.
Um dia, estava ouvindo o disco todo animado e falei para o meu pai, que
pintava um móvel com sua posição típica de cigarro na mão direita e pincel na
esquerda:
- Pai, Paralamas é muito legal Disse eu esperando algumas palavras de
incentivo, mostrando que eu estava virando um homenzinho.
Com seu trago cumprido – sabe aqueles que fumante dá quando está
pensando? - ele falou sem hesitar:
- Odeio a voz desse cara! Voltando a pintar em seguida como se nada
tivesse acontecido.
Passaram-se quase vinte anos. Virei um amante de música brasileira.
Amante de Renato Russo, Cazuza, Belchior, Marcelo Camelo, da MPB como um todo e
de figuras como Arnaldo Antunes, Tom Zé e Hermeto Pascoal.
Só não conseguia ouvir Herbert Vianna. Respeitava, mas, não conseguia
ouvir. Sabia de sua importância no cenário nacional, que ele ajudou Renato a
ser quem foi, dentre outros fatos. Mas a música não me descia.
Um dia, despretensiosamente, comecei ouvir o cd ao vivo 30 anos dos
Paralamas. Adorei! Comecei a refletir como eu não gostara dessas músicas antes?
Fiquei matutando isso na cabeça durante alguns dias. Até que do nada,
veio, como em um relance, a cena do menino animado ouvindo do pai:
- Eu não gosto da voz desse cara!
Comecei a refletir: Quantos Paralamas eu perdi por conta do que os
outros falaram?
Seja pai, amigo ou padre da igreja russa, quantas coisas eu perdi pelo ‘outro’?
Resolvi que ia começar a pensar mais no ‘eu’. Agora, por exemplo, estou
escrevendo esse texto ouvindo ‘Uma Brasileira’ bem alto. Meu delegado interno pede para que
eu abaixe o volume, pois o vizinho pode não gostar da música. O novo ‘eu’
pergunta para o delegado: São 13h40min, será que vai mesmo atrapalhar ou esse é
mais um muro invisível que te impede de ser feliz sendo você mesmo?
Nesse documentário veja como as drogas funcionam lá dentro do seu corpo.
Como elas fazem para '' enganar'' nosso sistema imunológico e acabar com nossas vidas.
Para entender como funciona o mundo das drogas, tem que entender como funciona o tráfico das mesmas. Para entender o tráfico, temos que falar de segurança pública. Esse bate-papo entre Marcelo Freixo, Wagner Moura e José Padilha, trata deste conflito no Rio de Janeiro. Como a cidade, que era para ser maravilhosa, se transformou no paraíso das milícias brasileiras. E qual a relação disso tudo com o mercado das drogas.